1.11.10

Introdução de Wagner, e sua relação com Nietzsche

(A partir da leitura dor artigo Nietzsche e Wagner: caminhos e descaminhos na concepção do trágico, de Jair Antunes(Doutor em Filosofia pela UNICAMP-SP, Professor de Filosofia na UNICENTRO-PR), publicado na Revista Trágica - 2º semestre de 2008 - nº2 pp.53-70 ISSN 1982-5870.)

Wilhelm Richard Wagner nasceu em 22 de maio de 1813 em Leipzig, na Saxônia, uma cidade onde já haviam vivido diversos outros artistas de renome, como Bach, Schumann, Mozart, Mendelssohn e Goethe. Foi compositor, maestro, teórico musical, ensaista e poeta alemão, considerado um dos expoentes do romantismo e dos mais influentes compositores de música erudita já surgidos. Morreu em 13 de fevereiro de 1883, devido à um ataque cardíaco.
Em 1868, Wagner travou amizade com Nietzche, então professor de filologia na Basiléia, que passou a freqüentar assiduamente a sua casa de Tribschen. A relação com Nietzsche foi muito especial na vida de Wagner, já que Nietzsche era seu fiel admirador e via neste a possibilidade de uma cultura superior, de total afirmação à vida. No entanto, essa relação especial acabou em mútua desilusão, na medida em que Nietzsche passou a desacreditar a cultura como forma de emancipação e perseguir uma ética como estética da existência. Um dos pontos de desinteresse de Nietzsche pela obra do compositor eram os frequentes pontos em comum com a temática e as preocupações cristãs.
A amizade e a admiração de Nietzsche por Wagner findaram-se desde a inauguração do teatro de Bayreuth em 1876. Este teatro, projetado pelo próprio Wagner para encenação de suas peças teatrais, criou várias expectativas em Nietzsche quanto à possibilidade de renascimento da música no espírito trágico pois, para Nietzsche, Wagner era então o principal músico crítico da decadência dos valores modernos e da submissão da arte moderna aos interesses da indústria. Nas obras apresentadas em Bayreuth, Nietzsche constatou a submissão de Wagner ao cristianismo, revelando desta forma o caráter decadente e redentor de sua arte.
Wagner, agora, na década de 1880, representava para Nietzsche não mais a expressão trágica do dionisismo na Modernidade, mas sim o grande redentor do cristianismo na arte ocidental, passando a ser, assim, a principal expressão da decadência da sociedade ocidental.

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